O Mieloma Múltiplo é um tipo de cancro das células plasmáticas – um tipo de glóbulo branco na medula óssea que produz anticorpos. Uma célula plasmática cancerígena ou maligna é designada de célula de mieloma.
O Mieloma Múltiplo pode surgir sob a forma de um tumor, uma área de lesão óssea ou ambos. O Mieloma Múltiplo afeta os locais onde a medula óssea está ativa no adulto.
Em Portugal, estima-se que a incidência do Mieloma Múltiplo seja de 7,8 casos por cada 100.000 habitantes.
O Mieloma Múltiplo é um tipo de cancro que afeta células sanguíneas específicas dentro do osso. Veja este vídeo para saber mais.
Saiba mais sobre a ciência do Mieloma Múltiplo neste vídeo explicativo.
Veja aqui o episódio sobre Mieloma Múltiplo da série Histórias Clínicas, uma parceria Janssen e Canal S+.Este episódio conta com a APLL (Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas) e dois médicos hematologistas que nos explicam a doença e esclarecem as principais questões que doentes e cuidadores têm sobre o Mieloma Múltiplo.
Os sintomas do Mieloma Múltiplo podem variar, e quando surgem, é importante que sejam abordados e geridos corretamente. Em baixo, encontra uma lista dos sintomas mais comuns. Para obter mais informações, visite a página Gerir o Mieloma Múltiplo
Lembre-se de conversar com o seu médico ou enfermeiro para obter aconselhamento adequado se tiver sintomas, especialmente se notar mudanças repentinas no corpo.
São vários os exames médicos usados no diagnóstico diferencial do Mieloma Múltiplo, nomeadamente:
O Mieloma Múltiplo é frequentemente descoberto a partir de um exame de sangue. A “eletroforese de proteínas” é o principal método usado para identificar esta doença. Esta análise sanguínea pode mostrar se há um nível anormal de imunoglobulina (anticorpos) no sangue – as proteínas M. Níveis mais altos do que o normal de proteínas M sugerem presença de Mieloma Múltiplo. No entanto, tal precisa de ser confirmado através de uma biópsia da medula óssea.
A eletroforese também pode identificar a presença de imunoglobulina na urina, permitindo o diagnóstico de Mieloma Múltiplo.
Uma radiografia do osso (raio X) pode ajudar a identificar alterações ósseas, como lesões líticas (erosão do osso). Outras técnicas de imagem mais sensíveis também podem ser usadas para detetar tumores fora da medula óssea, como:
A biópsia da medula óssea pode ser feita de duas formas:
Este tipo de exames pode determinar a presença de células cancerígenas na medula óssea, bem como a extensão do dano. As amostras também podem ser submetidas a “testes citogenéticos”, que podem mostrar alterações genéticas que sugiram uma doença mais agressiva e geralmente associada a um pior prognóstico.
O mieloma tem diferentes classificações e estadios. É importante frisar que são dois conceitos diferentes, embora ambos ajudem a determinar o tratamento mais adequado.
A classificação corresponde à identificação do tipo do mieloma. Pode ser:
Se tem GMSI, significa que há um nível muito baixo de proteína M na medula óssea, que não causou nenhum sintoma nem danificou os órgãos. GMSI é uma condição benigna – na verdade não significa que tem cancro, mas é um indicador precoce de que poderá desenvolver doença maligna; em 20% dos casos de GMSI, a doença progride para mieloma ativo. Num diagnóstico de GMSI, a doença é monitorizada, mas não é sujeita a tratamento.
O plasmocitoma ósseo solitário é raro e deve o seu nome ao facto de ser apenas observável uma única lesão cancerígena (grupo de células de mieloma maligno). Geralmente ocorre no osso e não envolve alterações na medula óssea. Existem vários tratamentos possíveis, mas a radioterapia é uma opção frequente nesta condição.
O mieloma assintomático ou mieloma latente/indolente ocorre quando níveis baixos de proteína M são encontrados no sangue ou há mais de 10% de plasmócitos (glóbulos brancos responsáveis pela produção de anticorpos) na medula óssea.
Nestes casos, não há sinais de danos nos órgãos, nem anemia, lesões ósseas, hipercalcemia ou insuficiência renal. Geralmente, os doentes com este tipo de mieloma não necessitam de nenhum tratamento. No entanto, é essencial ser monitorizado para garantir que não há progressão da doença. Existem também alguns exames médicos que podem prever um maior risco de desenvolver mieloma ativo. Se surgirem sintomas, o seu médico pode considerar iniciar um protocolo de tratamentos.
O mieloma ativo ou sintomático significa que, além de proteínas M anómalas e células plasmáticas malignas na medula óssea, o doente tem também lesões nos ossos e/ou em vários órgãos, como por exemplo nos rins. Nestes casos, existem vários tratamentos disponíveis, sendo que o seu médico deverá discutir consigo o(s) mais adequado(s).
O estadiamento do mieloma reflete a extensão da doença.9
O estadiamento é essencial para estabelecer o tratamento adequado. A utilização do Sistema Internacional de Estadiamento (SIS) é a forma mais comum de o fazer. Este método analisa níveis de proteínas específicas do sangue e tem em consideração características genéticas individuais para classificar o mieloma em estadio 1, estadio 2 ou estadio 3.
Lembre-se que o seu hematologista deve ser a primeira pessoa com quem deve falar sobre questões específicas relacionadas com a sua doença.